1997
Quando eu achei que era hora de gravar meu primeiro cd, ensaiei muito com os músicos que o Sergio Hinds, de "O Terço" – que iniciou o projeto de produção deste trabalho – arregimentou para mim: Beto Corrêa (teclados), Max Robert (baixo), Daniel Baeder (bateria). Se juntaram a nós Ednaldo Inácio (flauta e sax), Cláudio Cambé (trompete) e Eloy Porto Neto (trombone; infelizmente, o Eloy nos deixou em 2024 – deixo aqui minha homenagem a ele). Edu Luke veio fazer guitarra e vocais com a gente. Cada um era de um canto do Estado de São Paulo, uma aventura nas estradas.
Eu achava que era fundamental encontrar um som, primeiro, então, fizemos mesmo muito es ensaios. Era uma coisa ótima, eu adorava ensaiar porque me sentia num laboratório, brincando de criar com pessoas que eu adorava, todos também se descobrindo enquanto músicos. Eu queria traduzir pelo menos uma parte de tudo o que vinha fermentando dentro de mim há muitos anos – desde sempre. Era bem difícil, um processo de adaptação e conciliação entre o que está dentro e o que, por fim, se materializa. Mas o clima dessas descobertas era muito bom, então, no final dava tudo certo, de um modo ou de outro. Aprendi logo que a vida é processo e só processo.
Eu montei o repertório do cd baseada nos 4 elementos. Mesmo sendo uma idéia meio clichê, eu sentia que ela costurava bem o que eu queria transmitir. Minha coisa não era – nunca foi – só a música pela música; eu acreditava que havia uma "comunicação de mundos diversos" para fazer através da música. Isso é o que eu estava tentando de verdade.
Escolhi canções que representassem o máximo possível tudo o que eu já tinha passado – acreditava que meu trabalho tinha sempre que ser autoral. Peguei músicas que compus quando tinha uns 16 anos, logo das primeiras, até as mais atuais.
Dialogue
E também me pareceu muito importante dialogar com os novos nomes da minha geração. Chamei todo mundo que pude para vir comigo: Mart'nália, Jair Oliveira, Max de Castro, Paula Lima, Jay Vaquer, Daniel Gonzaga, meus irmãos, claro. Papai cantou uma canção e tocou em outra.
E, honra das superiores, Armandinho aceitou participar numa faixa trazendo sua guitarra mágica para alegria de todos nós.
O trabalho se estendeu por milênios, mudança de produtor, de estúdios, de condições. No final, ficou mais produzido por mim que pelos outros que passaram por ele. Eu gosto muito do resultado até hoje, acho que ele é legítimo, acima de tudo.
Uma lembrança especial para mim é o Petch Calasans, nosso primeiro técnico de som. The fofest.
O cd foi lançado em 2001, no saguão do então Tom Jazz.
O CD
Arranjos de Base
Arranjos de Metais
Arranjos de Cordas
Produção
Assistente de Produção
Direção Musical da JAM
Direção de Arte, Fotos e Projeto Gráfico
Figurino
Mixagem
Masterização
Locação das Fotos
Estúdios
Flavia Virginia and musicians
Flavia Virginia; collaboration of Ednaldo Inácio
Flavia Virginia
Flavia Virginia
Beto Corrêa
Paulo Amorim
Marcílio Godoi
Sandra Fukelman
Edu Costa
Carlos Freitas
Barra do Una, SP
À Luz da Lua
Jundiaí, SP
sound engineer: Petch Calasans
Anonimato
São Paulo, SP
sound engineer: Carlos Aru e Rodrigo Reis; assistant: André Kbelo
Number One
Alphaville, SP
sound engineer: Eduardo Luke
Studio JAM
Rio de Janeiro, RJ
sound engineers: Alexandre Moreira e Edu Costa